Sir Isaac Newton, uma das maiores mentes no mundo da ciência teve o túmulo de sua teoria gravitacional selado há cem anos com ar da Terra de Vera Cruz. A Relatividade tomou então a dominância.
No dia 29 de Maio de 1919 um breu breve tomou a cidade cearense de Sobral, um eclipse solar. Tal eclipse nos proporcionou um teste aparentemente simples, observar uma estrela. A ideia do teste parece até bem simples, mas o resultado era capaz de mudar os rumos da história.
Tudo dependia de onde estaria tal estrela. Se quando o Sol se aproximasse da luz vindo da estrela iria alterar sua trajetória ou não. O Eclipse foi essencial já que quando o sol chegava na posição desejada, sua luz ofuscava a luz do astro a ser estudado, no eclipse esse problema não haveria e a observação correta poderia ser feita.
Se pensarmos tomando como base a teoria newtoniana clássica, a luz deve sempre se propagar em linha reta, sendo desviada por reflexão ou refração. Contudo, ainda sim sem curvas. Já pela relatividade Einsteiniana é possível curvar até mesmo a luz, tudo o que precisamos é muita, mas muita massa. Intrigante essa diferença tão crucial e ela se deve a como as duas teorias enxergam o nosso universo.
Para Sir Issac, a gravidade pode ser explicada como uma força de campo em que corpos dotados de massa atraem outros corpos dotados de massa. Assim a luz não deveria ser afetada, já que esta não possui massa. Já para o cabeludinho de língua de fora, é um pouco diferente. Vamos tentar fazer uma analogia com efeitos em duas dimensões. Imagina um lençol bem esticado e largue uma bola de boliche em cima.
Essa bola irá afundar e deformar o lençol. Lançamos então algumas bolinhas de gude, elas irão em direção da bola de boliche e formarão uma órbita. O Lençol é como nosso tecido do espaço-tempo, a bola de boliche como um corpo massivo, tal qual uma estrela ou buraco negro e as bolinhas de gude como planetas.
Entretanto o que essa teoria nos traz é que essa deformação acontece em todas as dimensões do espaço, como se ele fosse costurado em uma rede de elásticos. Como a luz se propaga nesse espaço, que agora está deformado, ela também terá sua trajetória deformada.
Enfim, foram feitos vários registros fotográficos por câmeras acopladas em telescópios. Um tempo depois, analisando e reanalisando as fotografias, foi constatado um sutil porém real desvio da posição da estrela. Ponto Para a relatividade.
Mas devo ressaltar que ainda utilizamos muito a Física Newtoniana Clássica, ela não foi esquecida ou ignorada. Isto ocorre pois quando tratamos de situações com corpos e distâncias pequenas a diferença é desprezível e ela é mais simples. Isso facilita o aprendizado sendo uma ótima base para a construção do conhecimento físico.
Um evento para comemorar o centenário do fenômeno está ocorrendo nos dias 28, 29 e 30 de maio na cidade que se tornou um ponto importante para a história da ciência e da astronomia. A comemoração conta com atividades como tour para o local da observação, um bolo temático e até lançamento de um selo comemorativo. Mais informações do evento acesse o site: http://centenarioeclipse.sobral.ce.gov.br/
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