Hoje, dia 12 de abril, comemoramos 60 anos do primeiro voo de um homem ao espaço. Foi o cosmonauta Yuri Gagarin, de 27 anos, o protagonista desse importante acontecimento em 1961. Gagarin, entrou a bordo de uma cápsula de 2,3 metros – batizada de Vostok 1 – e, em um voo de 108 minutos (uma hora e 48 minutos), deu uma volta ao redor do planeta, e retornou como um herói.
“Vejo a Terra. Ela é azul”, disse Gagarin, em respostas fragmentadas, via rádio, ao comando russo em terra, essa célebre frase acabou entrando para a história. Ele foi um dos trunfos da então União Soviética na Corrida Espacial, também pioneira no envio do primeiro satélite, o Sputnik, e do primeiro ser vivo ao espaço, a cadela Laika.
A Vostok 1, por sinal, era uma nave bastante pequena, medindo apenas 4,4 metros de comprimento por 2,4 m de diâmetro, e pesando 4.725 quilos. Ali, havia dois módulos, sendo um para acomodar os equipamentos e tanque de combustível, enquanto o outro era a cápsula onde o cosmonauta (que possuía cerca de 1,60m de altura) sentou ali, quietinho, durante a experiência.
O voo durou exatos 108 minutos, a uma altitude de 315 km a partir da superfície, e em uma velocidade de 28 mil km/h. O cosmonauta se manteve em contato com a Terra usando diferentes canais via telefone e telégrafo. Já na hora de voltar ao planeta, os cientistas soviéticos acabaram errando o cálculo da trajetória de aterrissagem da nave, fazendo com que Gagarin retornasse à Terra caindo no Cazaquistão — a mais de 320 km do local da decolagem. Então, quando Yuri aterrissou de volta ao nosso planeta, ainda precisou esperar, sozinho, até que a equipe o resgatasse. Em relação ao pouso, destacamos que a Vostok 1 não tinha motores para retardar sua velocidade e o choque com o solo poderia ser fatal, então a solução dos soviéticos para segurança do cosmonauta foi um salto de paraquedas. Sim, Yuri Gagarin pulou de sua nave a cerca de 7 km de altura e cai de paraquedas em solo terrestre.
Ao voltar ao chão, ileso, Gagarin virou uma das principais referências da corrida espacial ao longo das gerações. Tornou-se um ícone do programa espacial soviético, viajando o mundo como representante de seu país. O cosmonauta de origem humilde, filho de camponeses, foi homenageado em vários países – inclusive no Brasil, onde recebeu das mãos do então presidente Jânio Quadros a Ordem do Cruzeiro do Sul, concedido a personalidades estrangeiras, ganhando também o título de "Embaixador da Paz". A comemoração em torno do feito daquele 12 de abril tomou conta da programação da rádio no país e das ruas de Moscou. Acabou dando origem a um feriado do país desde 1962: o Dia do Cosmonauta.
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