Na última semana, a humanidade e a Ciência deram mais um importante passo rumo aos mistérios do Universo. Trata-se da divulgação da primeira foto de um buraco negro localizado no centro da nossa galáxia, a Via Láctea, o Sagitário A*, um buraco negro supermassivo que se encontra a uma distância de 26 mil anos-luz da Terra.

Foto: NASA/ Divulgação: G1
A imagem desse importante marco científico é encabeçado pelo projeto Event Horizon Telescope (EHT) - uma rede que reúne 11 radiotelescópios espalhados em 8 locais diferentes da Terra e são operados em conjunto (o que aumenta o campo de visão e, consequentemente, a resolução das imagens captadas) - e fruto de um trabalho gigantesco, desenvolvido por um grupo composto por mais de 350 cientistas. Os pesquisadores realizaram a apresentação da descoberta em coletivas de imprensa realizadas de maneira simultânea nos países Estados Unidos, Chile, Alemanha, México, Japão, China e Taiwan.

Foto: EHT/ Divulgação: G1
Um dos cientistas que participam do projeto EHT, Geoffrey Bower, do Instituto de Astronomia e Astrofísica da Academia Sínica em Taipei, capital de Taiwan fez a seguinte declaração: "Ficamos surpresos ao ver como o tamanho do anel que observamos está tão de acordo com as previsões da Teoria da Relatividade Geral de Einstein [...] Estas observações sem precedentes aumentaram grandemente o nosso conhecimento do que acontece mesmo no centro da nossa Galáxia e nos dão novas pistas sobre como é que estes buracos negros gigantes interagem com o meio que os rodeia".
O Sgr A* {para os íntimos (risos!), mentira é a sigla mesmo dele] é um GIGANTESCO buraco negro supermassivo, 4 milhões de vezes mais massivo do que o Sol. Ele também tem um diâmetro cerca de 18 vezes maior do que a nossa estrela.

Foto: EHT/ Divulgação: BBC
Na imagem divulgada pelo grupo de cientistas, em um fruto de mais de cinco anos de investigações, é possível ver uma região escura central onde reside o buraco negro, circundada por um anel de luz proveniente do gás superaquecido acelerado por imensas forças gravitacionais. Para ter uma ideia, esse anel é aproximadamente do tamanho da órbita de Mercúrio em torno de nossa estrela, o Sol. Isso representa mais de 60 milhões de quilômetros de diâmetro.
Um buraco negro é essencialmente um objeto que consiste de uma concentração infinita de matéria em um ponto de dimensão zero. A força gravitacional no seu entorno próximo é tão grande, que a partir de um certo limite, nem mesmo a luz consegue escapar. A fronteira de entrada nessa zona "sem saída" é batizada de horizonte de eventos. Na fotografia feita pelo EHT, o que aparece não é o buraco negro em si, mas justamente o horizonte de eventos. Ele é visível porque está envolto em uma nuvem gigantesca de matéria aquecida que emite luz.

Foto: NASA
Esta é a segunda imagem de um buraco negro feita pelo projeto, a primeira, divulgada em 2019, era a do objeto que fica no centro de outra galáxia, Messier 87, relativamente próxima em termos cósmicos. Enquanto muitos dos mistérios sobre os buracos negros continuam a existir, trabalhos como o da equipe que compõe o EHT, que conseguiu captar as primeiras imagens sobre essas estruturas massivas no coração das galáxias, nos deixam mais próximos de possíveis respostas. Até a próxima!!
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